Viagem ao Japão (2)

Saímos para as ruas de manhã já prontos para a visita ao Hombu Dojo que seria à tarde, devidamente trajados para a ocasião, os homens de terno e gravata. O sol deu as caras, mas o vento continuava gelado. Ono Sensei levava sua câmera Nikkon, que saíra do Japão há mais de 30 anos como a mais avançada da época, nem estava nas prateleiras ainda. Paramos várias vezes no caminho para apreciar as flores de cerejeira que estavam ainda muito bonitas, apesar de já ter passado a floração plena, pois as folhas já começavam a brotar e as flores a cair.

Visitamos a loja da Iwata Shokai, que faz Dogis e Hakamas com o simbolo do Aikikai. Como é uma marca bem conhecida dos praticantes de Aikido, imaginava uma grande loja. Foi uma surpresa encontrar uma casa no endereço. Mas fomos atendidos com bastante atenção e solicitude, inclusive por uma senhora de 89 anos, creio que uma das donas, com que Sensei conversou animadamente. Após o almoço, nos dirigimos ao Aikikai. Seki Shihan marcou um encontro do Sensei com o Doshu para as 14h, indo nos encontrar na estação do metrô Wakamatsukawada e nos levando para o Hombu Dojo.
Lá Ono Sensei conversou com o Doshu acompanhado pelos membros da comitiva, e onde tivemos permissão para treinar durante nossa estadia. O Doshu convidou o Sensei a participar de uma cerimônia no Aiki Jinja que será realizada no final do mês de Abril.

À noite, encontramos com Hidekichi Hashimoto, um antigo aluno do Sensei que já está morando há mais de 20 anos no Japão. Ele nos levou para jantar com um do s presidentes da Brastel, Wilson Kawai, companhia cuja maioria dos funcionários são brasileiros e que é muito bem sucedida, se encontrando em plena expansão, no Yoshiba, restaurante que era um antigo local de treino de sumitoris (lutadores de sumos), local bem conceituado, que já apareceu em alguns artigos de revista e que serve o tchanko, tradicional comida dos lutadores.

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Viagem ao Japão (1)

Acabamos por nos encontrar todos somente em Cumbica, onde alguns alunos se encontravam para se despedir e desejar uma boa viagem a Ono Sensei e membros da comitiva. O embarque ocorreu sem problemas, mas o avião se encontrava lotado, não sendo possível encontrar lugares vagos para poder fazer uma “cama”. A primeira parte da viagem durou 9h até Nova York, onde tivemos que desembarcar, passar pela alfândega para embarcar novamente. Na classe econômica tivemos que enfrentar uma fila considerável em terras americanas, mas quem estava na classe executiva pode desembarcar antes e passou com mais tranquilidade pela inspeção. Com cerca de 1 hora de espera para o reembarque não havia como pensar em sair do aeroporto, e apenas ficamos esperando no saguão dar a hora do embarque, com a previsão do vôo continuar lotado. A segunda parte do vôo levou mais 13 h, com o corpo ficando cada vez mais quadrado e o fuso horário já começando a mostrar os seus efeitos. Felizmente não houve nenhum problema no desembarque no Japão, e pudemos pegar um ônibus-limusine que faz o serviço nas área dos hotéis, com 9 malas grandes, fora as bagagens de mão. O tempo em Tokyo se encontrava fechado, com uma chuva fina e um vento gelado. A temperatura era de 12 graus, mas a sensação era de estar bem mais frio. Após deixar a bagagem no hotel, ainda deu tempo para circular um pouco pelos arredores, chegando até a estação de trem de Shinagawa. Mas o cansaço da viagem era muito grande em todos, e o jeito foi dormir cedo para tentar acelerar a adaptação a uma diferença de 12h.

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